Sinopse: Após sobreviver ao massacre de Halloween do Palhaço Art, Sienna e seu irmão lutam para reconstruir suas vidas despedaçadas. No entanto, justo quando pensam que estão seguros, Art retorna, determinado a transformar sua alegria natalina em um pesadelo.

Até que ponto a estética do exagero deixa de ser uma estética e passa a ser um apelo ao choque? Em Terrifier 3, longa dirigido pelo também diretor dos anteriores Damien Leone, acompanhamos mais uma vez Art em uma jornada sangrenta e extravagante de assassinatos. Dessa vez, a continuação segue as consequências na vida dos personagens do segundo filme, Sienna e Jonathan Shaw, após sua experiência com o palhaço. Com o diferencial de ser passar em uma época natalina, o assassino permanece o mesmo de sempre: impiedoso e exagerado.

Para os fãs do gênero, a obra segue a mesma proposta que os demais filmes da franquia, nos quais o que realmente importa são as cenas perturbadoras e sanguinárias, com uma narrativa não tão bem desenvolvida. O uso de referências dos mais diferentes subgêneros do horror também é um ponto positivo para os que são aficionados por esse tipo de filme. Mesmo que não seja inovador em comparação aos anteriores, ele trabalha bem no que se propõe a fazer, uma vez que as cenas violentas são realmente exageradas. 

Além disso, esse longa aproveita de uma metáfora interessante: Sienna seria a salvação divina de uma figura demoníaca, que no caso são Art e Vicky. A protagonista como a única que seria capaz de acabar com essa onda de matança deles com essa clara relação religiosa. Diferente de muitos filmes já feitos, essa santidade relacionada à Sienna chega a ser tão explícita que em um momento do longa o próprio Art a coroa com uma coroa de espinhos.

Porém, diferentemente do primeiro que não teve um orçamento tão amplo quanto os seguintes e o segundo que inovou de diferentes formas, o terceiro filme de Art falta um ponto essencial para superar seu precedente: a criatividade. Grande parte da obra segue apenas uma linha similar a de Terrifier 2, o que acaba tornando o filme um pouco entediante caso você não seja um grande de filmes com foco em gore. A ambientação se difere do Halloween pela primeira vez na franquia, mas do mesmo jeito algumas das mortes conseguem ser repetitivas.

Apesar disso, assim como obras do terror mais recentes, esse filme traz a importância da saúde mental. Por Sienna e Jonathan serem vítimas de um trauma, temos a representação de como eles foram afetados pelos acontecimentos do segundo filme. Mesmo não sendo o foco da obra, é interessante como trazem essa temática independente do assunto principal do longa. 

Terrifier 3 é, portanto, um filme que faz completamente tudo que ele é capaz de entregar. Por ser um gênero subestimado, grande parte dos espectadores vai assistir já sem muitas expectativas. Porém, essa franquia anda se mostrando criativa e fiel ao público que construiu. Mesmo ainda achando Terrifier 2 um filme que conseguiu trabalhar melhor com os melhores aspectos do subgênero, é uma franquia que tem grande potencial para se aprimorar, e acredito fielmente pode se tornar um clássico do horror.

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