Sinopse: Um homem é deixado no espaço devido a um acidente, enquanto isso, na Terra, outro homem luta para trazê-lo de volta em segurança.

O que você faria se, mesmo sem entender de espaçonaves e viagens para a Lua, acabasse sozinho nessa jornada fora da Terra? Essa é a dúvida de Hwang Sunwoo, interpretado pelo astro sul-coreano Do Kyungsoo. No longa The Moon: Sobrevivente, o público acompanha o desafio da equipe espacial de chegar à Lua depois de um vento solar que traz mais problemas do que o esperado. Com uma fotografia especial, que praticamente consegue levar o telespectador ao espaço, e reflexões importantes, o longa de Kim Yonghwa consegue balancear perfeitamente a ficção científica com o drama.

Assim como a maioria dos filmes sul-coreanos, o drama é o que carrega a obra. Apesar de ser sim um filme sci-fi, a trama traz uma potência dramática que faz o público realmente se prender ao filme. Com a sobrevivência do menos preparado para a viagem espacial, fatores como a preparação da própria equipe na Terra e de verdades ocultas sobre essa jornada e a anterior ganham muito mais peso para a narrativa, o que também colabora para uma história não tão monótona e focada no espaço. Os dois núcleos muito bem relacionados e construídos fazem com que o filme tenha um ritmo dinâmico.

O embate entre a evolução espacial coreana e a já existente presença estadunidense também é um ponto importante do longa. A negação de ajuda do povo norte-americano é uma forte crítica ao individualismo das nações, assim como a insistência sul-coreana em seguir com a missão mesmo com todas as dificuldades. Ambas representam uma necessidade de se estar à frente independentemente da forma que se chega até lá.

Além dessa temática marcante, as atuações também são memoráveis, com destaque para Sul Kyunggu e Do Kyungsoo. A dinâmica desses personagens é essencial para que todos os desafios que acontecem tanto no espaço quanto na Terra sejam potencializados. O caminho e os acontecimentos da Lua entram em segundo plano a partir do momento em que camadas das histórias desses personagens são expostas, e a conquista do satélite terrestre é ofuscada pela necessidade de algo muito mais pessoal: o perdão.

Apesar de ter sido uma surpresa ter começado a assistir esperando um filme muito mais científico do que dramático, de forma alguma foi algo negativo. Uma mensagem impactante sobre não apenas perdoar o próximo como a si mesmo e também sobre humanidade acima de uma individualidade nociva. O momento em que a vida de alguém ultrapassa as barreiras da língua e das fronteiras representa realmente o que seria a evolução que todos buscam durante a obra. Independente do que é verdadeiro ou não quando se trata do espaço, uma coisa é certa: no nosso universo é impossível sobreviver sozinho, e é a capacidade de viver em sociedade que realmente nos leva longe.

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